Comunicação e Eneagrama: como os tipos influenciam na prática

Comunicação e relacionamento são a mesma coisa?

A resposta é: Não! Porém, relacionar-se com o outro passa necessariamente pelo processo de comunicação. Uma competência está intimamente ligada à outra e, ambas são muito impactadas pelo tipo de personalidade existente entre as pessoas que fazem parte da interação.

Pense no seu dia a dia. Normalmente, você se comunica (e se relaciona) melhor com pessoas parecidas com você em diversos aspectos, certo? Trazendo essa linha de raciocínio para o Eneagrama, pode-se afirmar que a comunicação entre pessoas do mesmo tipo ou mesmo centro de inteligência dominante (emocional, mental ou motor) tende a ser mais tranquila e eficaz. Isso ocorre porque o nível de sintonia que existe entre quem fala e quem ouve / interpreta é maior. Ou seja, a eficácia da comunicação não é medida pelo o que se diz, mas sim pelo o que se compreende a partir do que foi dito. Quando as pessoas da interação são muito diferentes, aumenta a chance de várias interpretações para uma mesma fala… e é aí que os problemas começam a surgir.

Como controlar a eficácia da comunicação?

Bom, primeiro de tudo, ao iniciar um processo de comunicação, pergunte a si mesmo “O que eu tenho a dizer?” e “Como a pessoa precisa ouvir o que eu tenho a dizer?”. Faça uma autoanalise e uma análise do outro.

Por exemplo: imagine que você é um líder tipo 8, que precisa dar um feedback negativo ao seu colaborador tipo 4. O tipo 8 é aquele que “precisa dizer o que tem que ser dito, doa a quem doer”, já para o tipo 4, que é um tipo mais emocional e melancólico, as coisas que ele escuta tendem a ser pessoais e doloridas. Como dar esse feedback controlando a impulsividade do 8 e a profundidade do 4? Esse é o exercício. Se não for feito corretamente, o colaborador pode interpretar a mensagem de uma maneira totalmente diferente do que ela realmente é, gerando mais problemas do que soluções.

E isso pode acontecer com qualquer relação entre tipos distintos, ok?!

Como saber se a comunicação não é eficaz?

A partir do momento que houver retrabalho, o retorno não for o esperado ou houver uma necessidade constante de repetir as coisas, é um sinal de alerta de que houve falha na comunicação! E a culpa nunca é do receptor e sim do comunicador, afinal, o papel de adequar a mensagem é dele.

Para melhorar, é preciso enxergar a comunicação como um processo e analisar cada etapa, só assim você conseguirá entender onde há falhas e o que deve fazer para resolvê-las.


Em alguns momentos fica mais difícil de identificar essas falhas, principalmente quando há uma junção entre comunicação verbal (o que se fala, o que se escreve) e não verbal (como se fala, gestos, símbolos, vestimentas, etc), porque a margem para interpretações errôneas aumenta.

Como assim?

Bom, se você é do centro motor, por exemplo, e “finge” uma empatia e emoção para lidar com o centro emocional, você pode até conseguir adequar as suas palavras e parecer se importar mais com a outra pessoa, porém fica nítido no gestual e em outros tipos de comunicação não verbal que isto não é verdadeiro. Soar falso tranca ainda mais a comunicação e atrapalha no objetivo, por isso é fundamental se colocar no lugar do receptor de verdade e, a cima de tudo, ser honesto consigo e com ele, sempre!

Quem sai perdendo com a comunicação ineficaz?

Todos saem perdendo com a comunicação ineficaz: líder, colaboradores, parceiros, clientes. Dependendo de onde ocorre a falha de comunicação, isto pode levar a problemas de relacionamento interno ou externo, perda de dinheiro, perda de cliente, retrabalho, prazo além do esperado, etc.

Fazer todos os níveis da organização se comunicarem bem resulta em menos custo e mais qualidade, interligando todos os processos e não prejudicando o cliente final, que é o foco principal de toda e qualquer empresa! 😉

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Alessandra Tavares
Alessandra Tavares
Graduada em psicologia pela UFSCar e pós graduada em Gestão Estratégica de Empresas pela Unicamp. Certificação Internacional em Coaching, Enneagram Professional Training Program (EPTP), Eneacoaching ®, DISC, Assessment Comportamental (IBC). Atuação em empresas nacionais e multinacionais de grande porte como Cosan/Raízen e Whirlpool. Especialista em processos de desenvolvimento humano aplicado à diversos contextos.

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