Hierarquia: como descomplicar o relacionamento nas empresas

Hierarquia significa ordenar algo por grau de importância. Este conceito é usado de diferentes formas no dia a dia do ser humano e, um dos mais comuns, é a organização de cargos dentro de uma empresa. Ok, mas como funciona isso? Bom, antes de tudo é importante saber que ela é extremamente necessária para manter tudo funcionando em ordem, caso contrário não existiria.  

Para que ela cumpra a função que promete sem problemas, é preciso analisar se é coerente com o tamanho da empresa, com o tipo de negócio e com a agilidade que é necessária para esse negócio.  Quanto maior a pirâmide, mais níveis ela tem e, de alguma maneira, mais burocracia existe. Isso não é errado. Faz sentido, por exemplo, em empresas de grande porte, que possuem tomada de decisão mais complexa. 

Mas a burocracia não é a única complexidade gerada pela pirâmide. Por exemplo, pode haver uma empresa pequena com muitos níveis hierárquicos, na qual há uma dificuldade para se aproximar do tomador de decisão. Isso, além de prejudicial, é desnecessário, mas muitos o fazem por uma questão de status, da sensação de poder por ter muitos líderes dentro da empresa, seja ela de qualquer tamanho. 

Para evitar erros, é preciso ter um bom dimensionamento de processo e de produtividade de mão-de-obra. Entender quantas pessoas, de fato, são necessárias e quantos níveis hierárquicos a empresa realmente precisa. 

É importante lembrar que não há uma receita ou regra a ser seguida. Cada negócio funciona de uma maneira. Em alguns o relacionamento é hierarquizado, em outros é horizontal e menos rígido. Tudo depende de cada situação. Para saber se está correto, veja se o relacionamento hierárquico está afetando os resultados, seja por excesso ou falta de hierarquia. Caso esteja, atenção, é sinal de problema! 

Por exemplo, uma empresa que é muito rígida, hierarquizada, pode não ser ágil o suficiente para entregar o que precisa e a comunicação pode não fluir como deveria; dentro deste cenário, os problemas poderão afetar o cliente final. O contrário também pode acontecer. Quando há pouca rigidez e falta de controle, com um relacionamento próximo demais ao ponto de não respeitar a hierarquia, os prazos ou a qualidade podem ser afetados e também o cliente final poderá sofrer as consequências. 

 

 

Para evitar isso, afinal ninguém quer problemas com o cliente, a melhor coisa é entender a cultura da empresa. Entender o que é necessário dentro daquele relacionamento, o que é necessário em termos de processo e o que é ego, no fim das contas. Em muitos casos, o líder começa a controlar algumas coisas que não agregam nada ao processo. Ele não delega, não acompanha, centraliza coisas que não trazem resultado algum, apenas pela sensação de que ele está no comando. Mas vale lembrar que é uma via de mão dupla. O colaborador às vezes guarda uma ideia para si, por receio de contatar esse líder, muitas vezes porque ele tem a crença de que o líder sabe mais que ele e que ele está lá apenas para “cumprir ordens”. Essa falta de troca de opiniões só tende a prejudicar o crescimento do profissional e da empresa. 

Está bem, mas como lidar com isso? Como descomplicar, afinal, o relacionamento hierárquico? Bom, é importante entender o que é e não é necessário. Ter uma boa visão de processo e de responsabilidade, para entender até onde é ou não papel do líder e onde começa e termina o papel de cada colaborador. Trabalhar competências de autoconhecimento pode ajudar muito a descomplicar o relacionamento. Com isso, é possível fazer com que cada pessoa assuma parte da responsabilidade para fazer o relacionamento funcionar melhor e ter mais ferramentas para adaptar o comportamento e se relacionar melhor com os outros. Afinal, quanto mais próximas as pessoas forem preservando um grau de hierarquia que é necessário para que a empresa funcione, melhor tudo vai funcionar para todos os envolvidos, principalmente para o cliente final. ?   

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Alessandra Tavares
Alessandra Tavares
Graduada em psicologia pela UFSCar e pós graduada em Gestão Estratégica de Empresas pela Unicamp. Certificação Internacional em Coaching, Enneagram Professional Training Program (EPTP), Eneacoaching ®, DISC, Assessment Comportamental (IBC). Atuação em empresas nacionais e multinacionais de grande porte como Cosan/Raízen e Whirlpool. Especialista em processos de desenvolvimento humano aplicado à diversos contextos.

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