Gamificação: o que é e por quê aplicá-la na sua empresa

Em um reino muito distante, havia uma agência de comunicação integrada, cujos sócios João e Maria eram responsáveis pela parte comercial da empresa. Época de crise, escassez de contratos, ambos perceberam que os clientes chegavam apenas por indicação. Com a orientação de um coaching, resolveram fazer um jogo para sair da inércia, que consistia em: quem marcasse 10 reuniões com clientes potenciais, em um mês, com um mínimo de 6, ganharia o jogo. O perdedor deixaria o celular com o vencedor durante uma semana – lembrando que João e Maria eram viciados em celular!

Durante os quatro primeiros dias, João e Maria ficaram 100% focados em captação de clientes e agendamento de reuniões. João até comprou camisas novas e Maria, que já era viciada em café, teve crise de gastrite por ter bebido ainda mais café nas nove reuniões que conseguiu agendar.

No terceiro dia, Maria já havia marcado nove reuniões e percebeu que era muito mais simples do que parecia, só faltava disciplina e planejamento. João, que tinha mais dificuldade para lidar diretamente com os clientes, percebeu com o jogo que ele era boicotado pela própria insegurança e que vivia procrastinando por causa disso.

O jogo se tornou ainda mais interessante e saudável quando os outros integrantes da agência se dividiram em torcidas organizadas para estimular os sócios, com tabela de contagem e prêmios que envolviam os torcedores também.

Após duas semanas, a agência havia triplicado o número de capitação de clientes!

Na verdade, esse reino não é tão distante assim e faz parte da realidade de muitas empresas ao redor do mundo. O processo que aconteceu na agência de João e Maria é conhecido como gamificação, ou gamification, que nada mais é do que uma estratégia de interação entre pessoas, através de dinâmicas de jogos (games) para motivá-las, engaja-las e recompensá-las. O intuito é resolver problemas, principalmente quando aplicado em empresas. É uma solução descontraída, que estimula a competição de uma forma saudável, para que os envolvidos se sintam incentivados a atingir determinado objetivo.

Os princípios dessa técnica – de recompensa e punição – são muito antigos. As empresas nunca tiveram uma maestria muito grande para ministrá-los e, de certa forma, com a aplicação da gamificação, elas passaram a trabalhar com esses princípios de uma maneira mais indireta e descontraída, deixando-os menos pesados para todas as partes envolvidas.

A gamificação é um processo relativamente novo, que teve início em meados de 2010. Desde então, mais de 350 empresas de grande porte lançaram projetos de gamificação, como Adobe, NBC, Ford e eBay, de acordo com Huffington Post. Mas não é preciso ser uma grande empresa para aplicar a técnica, como foi o caso da agência de João e Maria. Por ambos serem jovens, a gamificação foi ainda mais eficaz. Isso porque o sucesso dela se dá justamente pelo fato de ter se popularizado em todas as faixas etárias, em especial os mais jovens, que são mais familiarizados e engajados com o universo da tecnologia, tempo acelerado e games como um todo. Isso pode ser percebido pela pesquisa realizada por Talent LMS, na qual 80% das pessoas entrevistadas disseram que seriam mais produtivas se as empresas usassem essa técnica.

Há dois starts quando o assunto é gamificação: propósito e transpiração. O propósito é o motivo pelo qual os envolvidos estão participando e fazendo aquilo, mas ele não garante que esse engajamento e dedicação permaneçam após o término dos jogos. Já a transpiração vai ser justamente essa dedicação extra, que será aplicada quando os envolvidos já estiverem exaustos e a inspiração não for mais encorajadora o suficiente para eles seguirem em frente. No caso da agência de João e Maria, o propósito foi a captação de clientes e a transpiração a perda do celular.

O bônus é a inspiração, o ônus é a transpiração, ou seja, se os envolvidos não vão se dedicar mais pelo que ganharão com isso, o que eles deixam de ganhar ao perderem o jogo? Essa inversão de pensamento serve de estímulo para continuarem e saírem da inércia.

Ainda pensando no âmbito profissional, a gamificação, ao ser aplicada em empresas, gera um sentimento de conquista, superação e permite medir o desempenho de cada participante de uma forma mais prática, além de envolver mais todos os colaboradores e descontrair o ambiente. Foi possível perceber quais as dificuldades de João e Maria, e como superá-las, separadamente.

Quando os processos se tornam gamificados, é importante que o objetivo deles seja contribuir para os resultados da empresa, como a captação de clientes, por exemplo, afinal, os participantes colocarão mais energia nesses games, então esse envolvimento não pode ser desperdiçado com objetivos que não atendem as necessidades da empresa.

E, aí? Você está pronto para seguir o exemplo e aplicar a gamificação na sua também? Que os jogos comecem! 😉

 

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Redatora Ellune
Redatora Ellune
Este artigo foi produzido por uma de nossas redatoras.

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